Vai minino prosar com o patrão,
criança cê ta com os pé no chão?
Corre o patrão já vai pra roça,
Tira o chinelo da mão,
Esconde o bucho da praça.
Não tira o chapéu da criança pra mode ele não ficar sem graça.
Chora não, não chora... Faça o açude ir embora.
Quando o sol repousar e a lua açodar e dá roça desandar, o patrão ali estará com jumentos e peões pra mode a “estória” ti contar.
Se uma espiga apresentar,
E a bença te pedir
Diga que o seu irmão, ainda hoje está de pé.
Tavez ele nu saibe,
Tavez nem se alembra,
Prose pra mode ele ficar sem graça.
Meu senhor não fuja, não corra, olhe pra trás, não venha com sermão
Cálice sem fim
Leandro Tavares - Baerdal