sábado, 14 de maio de 2011

DANS LA PREMIÈRE ANNÉE.


Alvorada de encantos.
No teu beijo um recomeço.

O dia dos cantos.
A um começo sem prantos.


Seremos sempre amor em sonhos.
Declarado
que alguns dias foram neves,
Mas outros fomos chamas,
Incêndios que liquefazem as almas.

Sinto o compasso de nossos corações,
Mesmo ao longe colido com suas batidas,
Embora pareça um delírio,
Fujo do meu “eu’’ e torno-se “teu”.

Preciso do aborrecimento, do apetite, dos nãos,
Quero o ósculo que não desperte dor,
Ser antídoto, ser doença, ser paixão,
Quando um ano chegou, já éramos amor.


Leandro Tavares - Baerdal

Cálice sem fim

terça-feira, 10 de maio de 2011

Estava ele passeando contra o tempo


Estava ele passeando contra o tempo, ao sul as batidas de quem partiu e ao norte um olhar terno que meneaste para uma prosa na calçada.

E envergonhado acena para olhar o bailar das flores

Pois não iria se acovardar a tal pedido.

E com o sorriso nas mãos pergunta se o sonho é repentino.

E respondem, melífluos.

Anda minuciosamente por quilômetros, por veredas e trombetas

Por onde se passava avistava-se aqueles lábios

E da cabeça não saia a palavra melífluos.

O desejo dos olhos alarga, o calor no corpo acende

Deixa as mãos estendidas aos risos de quem vem do norte.

E minuciosamente envenenasse e esquece.


Leandro Tavares - Baerdal

Cálice sem fim

sábado, 7 de maio de 2011

Meretriz


Em ufania cara meretriz?

Queres um osculo meu?

Mas não sou digno do teu

Sou apenas um mero vassalo

De tua qualidade

Confino-me apenas ao mortuário

Queres vê meu peito dilacerado,

Digna-se a isso meretriz?

Vossa senhoria, digna da moral

Dos delitos humanos

Minha vida é um detalhe

Sou detento de tua beleza

Oh! Vênus tu que tens ócio no Olimpio

O que fizeres? Diluiu ódio e amor?

Meu peito dilacerado que dor!

Tendes piedade de mim

Sou a velha ovelha desgarrada do rebanho.

Tendes piedade de mim

Não faça meu peito imergir

No fogo da paixão

Sem quer que saiba o limite da dor

Meretriz tende piedade de ti

A moral de ti anda longe

Minha mera meretriz

Lembra que não manda?

Olha o teu dinheiro na lama.


Leandro Tavares - Baerdal

Cálice sem fim

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Recuso-me




Medir sonhos sem brilhos nos olhos

Ter amor e amar de menos

Ter jardim e não regar

Vê-se morto e não se espertar

Ser homem e não chorar.


Leandro Tavares - Baerdal

Cálice sem fim

terça-feira, 3 de maio de 2011

Andarilho de mim


Trilho a minha via da forma mais sincera possível, hoje me vem uma duvida no peito, quem de fato sou? Uma poesia? Uma melodia ecumênica? Ou um navio naufragado formando lindos corais? Não chego a uma resposta que possa tirar essa duvida, quem me conhece sabe que não escondo as minhas afeições, amor, angústias, dores do dia-a-dia, principalmente as pessoas que estão à minha volta poucas por sinal. Faço das palavras um silêncio desesperado, ecos de uma fibra latente. Ontem me veio uma frase talvez ate batida, que no silêncio esta a resposta que procura. Perdoe-me pela falta de uma invencível armada, não me é normal agir de forma previsível. Talvez eu quisesse ser muito mais do que sou e isso faz com que as pessoas percam a fé em mim, mas, na verdade, tudo o que eu quero ser é o que eu sinto, e esse sentir é latente como o vôo de um colibri, não irei gastar o meu tempo procurando respostas a uma centena de dúvidas, tudo o que eu vejo são pensamentos soltos e despedaçados ao chão e sou maior que tudo isso. Olho para o lado e procuro um ombro amigo, uma pessoa em quem eu confie e me sinta bem, e só vejo você. Tudo o que eu estou procurando é uma forma de tentar quebrar esse muro e que me torne essa invencível armada onde mesmo diante das maiores tempestades não abale essa proa a que tanto procura. Descartei da minha vida todas as pessoas que me bloqueavam. Pergunto-me: de quem é a culpa? Minha? Talvez eu tenha ido longe demais – não que eu queira voltar ou que eu me arrependa pelo contrário, percebi que nada é maior que o amor – Seria fácil se as pessoas fossem mais compreensivas e entendessem que o que eu sinto é muito mais forte do que as barreiras que elas impõem. Não há porque discutir um assunto que é indiscutível.
Meu coração é amor.
E contrariando Gabriel Garcia Marques:
Não quero deitar em uma cama de pedra, a morrer de amor.
Andarilho de mim eu sou.


Leandro Tavares - Baerdal
Cálice sem fim

Gangorra

Quando cerraste os dentes da partida, acalmei a dor da carne nua com compressas de icebergs, para tentar abrandar a saudade que achinca...