segunda-feira, 31 de maio de 2010

Guarda a clave


Enquanto uns se iludem, eu vivo interno.
Na batida dos meus passos.
Na serena suave marcha.
De quem muito anda e pouco estranha.
O recitar de mim vive em tua cena.
Fujo da distancia de um coração errante.
O teu sorrir és um terno encanto.
Onde o canto se despeja.
O teatro do meu peito é habitado.
Os segredos, confesso, tiveram medo.
Mas navegaram - se a outros portos.
Nas turvas águas de quem receberam.
Os meus passos...
Vivem sem portas nem segredos.
Onde tu encantas e guarda a clave de tom sereno.

Baerdal
Cálice sem fim

VIA COLORIDA


Hoje ouvir a melhor melodia
Que eu possa retratar o que sinto
Colorir a cor da via
Desvendar os passos do peito

Ouvir a poesia que afague
Nutrir sonhos límpidos
Andar com passos firmes
Olhares e sorrisos brandos

De onde eu vim
Os sonhos não criam rugas
Pois andam sem pressa
E sem medo de partir

Aparte mim
Chegar
Encontrar um jardim
E ver se pode amar

Baerdal
Cálice sem fim.

A fotográfia




Aquela fotografia
Destacada de sorrisos
Com os olhos de desejos
Que nascem em segredos
Onde tem os teus abraços circulados
De anseios
Quero aquele teu sorriso sobre a cama, complacente
Recheados dos teus beijos
Aquela fotografia
De presente em meu peito.
Deitados na varanda ouvindo melodias
De um Neruda apaixonado
Quero aquele abraço
O teu beijo em vermelho
Com aquela fotografia que tem marcas em teu peito
O teu rir ao som de uma viola que encanta.
Naquela fotografia o nosso peito permanente.
Na varanda no embalo de tua rede.
Aquela fotografia existente em teu peito.


Baerdal
Cálice sem fim

sábado, 29 de maio de 2010

As lágrimas


Ontem chorei. Não compreendia as lágrimas que pingavam no papel em branco. Duvidava se realmente estava a escrever uma dor que gritava sobre aquele branco que parecia não escurecer.
Escuro era o silêncio da caneta que teimava em não exprimir o que sou.
Não foi uma dúvida existencial. Foi algo sem vírgulas, espontâneo, como se percorresse os recônditos da minha alma em busca a resposta à dor.
Mas depois veio o ponto final. Disse-me para começar de novo. maldita a hora em decidi ser "escritor". Julgava eu que poderia dizer o que é o amor através das palavras
Por isso deixei que as lágrimas secassem naquele papel anteriormente desabitado. Lembrei-me. Lembrei-me que o lar está dentro de nós.
Lembrei-me que todos aqueles que amo estão aqui dentro e lembrei-me que a queM mais amo anda por aí. Em qualquer chão que pise, em qualquer mililitro de oxigênio que respire.

Amaldiçoados aqueles que não sabem chorar. Ignoram que o rosto se enrijece para depois sorrir. Afinal não é isso que vem depois do choro?
O sorriso dissimulado, como se finalmente D. Sebastião tivesse aparecido através do nevoeiro. tenho tantas certezas e tantas dúvidas, que me lembro agora que chorei porque te amo.
Não te preocupes. Se em cada dúvida me esquecer quem és, haverá sempre a certeza de que te amo. É essa que me faz viver e renascer em cada dia. E depois vem a dúvida. E depois vem a expectativa. É isso que faz a Terra girar. É isso que faz o Universo ter todos os planetas na órbita que movimenta isto tudo. Até este texto, que pensava que poderia terminar, me deixa na expectativa. Reticências. É o que todos precisamos. Foi o que trouxeste à minha vida. Há melhor coisa do que as reticências?

Lobo Soltário.
Cálice sem fim.

3164


Passear na Serafim
Em cada banco ver casais a enamorar
Olhar o 3164 partir
É dor maior sentir.

Baerdal.
Cálice sem fim.

Amanhã, A semana toda...


Desperta-dor.

Baerdal
Cálice sem fim.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Palhaço de Mim


Lágrimas, risos
sonhos escondidos
em cores de alegrias sem fim
Sou louco... querido...
Procurado... Varrido..
Sou Eu! Palhaço de Mim!
Me prendi em paixões
Me revelei em canções
Que nem tinham a ver comigo
Voando demais...
num desconhecido cais,
encontrei então um abrigo
E debaixo d'um manto de cores
Onde guardo minhas verdades
Sou palhaço de minhas dores
na mais pura realidade!



Monica Heinen

Gangorra

Quando cerraste os dentes da partida, acalmei a dor da carne nua com compressas de icebergs, para tentar abrandar a saudade que achinca...