segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Ô SEU DOTÔ


Vai minino prosar com o patrão,

criança cê ta com os pé no chão?

Corre o patrão já vai pra roça,

Tira o chinelo da mão,

Esconde o bucho da praça.

Não tira o chapéu da criança pra mode ele não ficar sem graça.

Chora não, não chora... Faça o açude ir embora.

Quando o sol repousar e a lua açodar e dá roça desandar, o patrão ali estará com jumentos e peões pra mode a “estória” ti contar.

Se uma espiga apresentar,

E a bença te pedir

Diga que o seu irmão, ainda hoje está de pé.

Tavez ele nu saibe,

Tavez nem se alembra,

Prose pra mode ele ficar sem graça.

Meu senhor não fuja, não corra, olhe pra trás, não venha com sermão

Olhe pro seu filho dotô que em migalhas lançou no chão.


Cálice sem fim

Leandro Tavares - Baerdal

Gangorra

Quando cerraste os dentes da partida, acalmei a dor da carne nua com compressas de icebergs, para tentar abrandar a saudade que achinca...