sexta-feira, 21 de julho de 2017

Gangorra


Quando cerraste os dentes da partida, acalmei a dor da carne nua com compressas de icebergs, para tentar abrandar a saudade que achincalha em meu ouvido, tu mostraste a minha alma o meu enorme medo, todos acreditavam no meu sorriso, inclusive eu, só não meu quarto, pois ele sabe os gritos dolorosos que recito todos os dias, não estou te expondo em versos, estou estancado os gritos de agonia, suportando o nó na garganta, estou engolindo as folhas secas da saudade, pois meu corpo já não é o mesmo, quase ninguém me reconhece, perco todos os dias meu nome, o apetite, o brilho dos olhos e muito de alegria.

Leandro Tavares - Calice sem fim
Baerdal

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