Olha o sonho de estradas esquisitas,
a maturação do que é solidez e a continua ausência de quem partiu dos nossos
braços.
Tem que ficar mais fácil, tem
sim, mas não hoje...
Está sendo assim, o voraz querer
de entrelaçar as mãos, do cheiro, do dizer te amo, o quanto a saudade diversas
vezes foi buscar a lua em uma tarrafa, e com a força e coragem de uma criança emoldurou-a
no quarto, mas hoje não, hoje não...
Observo as paisagens, assisto os
mais encantadores filmes, o tempo de passar a distância, de ver sorrisos e
sentir o gosto dos abraços, e lá vem o tempo dizendo hoje não...
Criei uma extrema afetividade com
eles, com as paixões e amores de filmes, que mágico é sentir a felicidade deles,
é como se minha vontade estivesse cravada ali, naquele pequeno espaço de horas,
que fazem correr os orvalhos mais serenos sobre a cama, não é a solidão de
antes, e sim a certeza que o amor está presente e logo depois vem um sorriso ainda
que discreto, verdadeiro e mais brilhante, da certeza que a felicidade chegará,
mas hoje não, hoje não, não é senhorita Clark?
E ele com aquele sorriso que
qualquer homem gostaria de ter, porque mesmo sendo homem, é inegável negar, me
mostra todas as certezas, por mais triste que seja uma decisão, o importante é não
deixar de acreditar na felicidade, estamos tão acostumados com os finais
felizes, que algo que nos contraria é motivo para consternação, mas hoje não,
hoje não... Não é Will?
Com sua candura, com os vestidos mais lindos que
vi, com aquelas meias e sapatos mais fofos, ela me mostrou o amor intacto, puro
e sem nódoas, que o mais intenso não é o luxuoso e sim o simples, do sorriso e
ternura que amolece qualquer brutamonte, ela lentamente desenhou que nem tudo
vem fácil, mas que se acreditar e fizer por onde, há... vem sim, mas hoje não,
hoje não, não é Louisa Clark?Leandro Tavares - Baerdal
Cálice sem fim