segunda-feira, 12 de agosto de 2013

A mais santa

Deito-te no leito e improviso uma rima
Do teu riso, faço um meticuloso poema
Rodoaneis, transverso papel.
Dos teus lábios...
Lambisco a doçura
Reinvento o mel.
Das tuas curvas sinuosas
Transgrido as leis, os sinais.
De tuas elevações maliciosas
Embriago-me em travessuras
Me entrego a mais santa
Abalrôo o céu.

Leandro Tavares - Baerdal
Cálice sem fim

terça-feira, 6 de agosto de 2013

À minha mãe guerreira

E tu amavas chuva...
E agora chove,
E choro tristezas
Banho-me da salgada água que derramas
Formam-se profundos mares
Peixes tu eras e deliciava-se com eles
E agora me engasgo com a espinha da dor.
Amava a vida como nem a própria vida se amava.
Teus cabelos cachos
Rebeldes ao vento sobre a moto a varar pelas cidades dos sonhos
Nunca encontrou, mas tentou, correu, lutou...
Onde passava deixava rastros de alegrias
E agora deixastes pra mim um coração desamparado
Amparado com o que me resta que é a saudade.
Com a ausência do teu vultoso riso.
Oceanos de lágrimas caem e tenho que aceitar que uma estrela iluminará mais o céu.
Guerreira de sonhos e conquistas mil
Deixas o legado de tua garra de tua força
Reencontrar-te-ei ao lado do filho.
Minha saudade dói
E escrevo-te com as lágrimas
De quem te ama
De quem aprendeu os teus lindos sonhos.

Leandro Tavares - Baerdal
Cálice sem fim

Gangorra

Quando cerraste os dentes da partida, acalmei a dor da carne nua com compressas de icebergs, para tentar abrandar a saudade que achinca...