A morada é a mesma, mas borraram-se
as cores, assim como os sorrisos perdidos que ainda assim o acompanham nos
corredores vazios, talvez na finda esperança de um dia encontrá-los, os móveis já
opacos há muito tempo escondidos, à triste espera de um lindo lustre que o
senhor tempo encarregou-se de perder.
A mão cansada já não levanta, o
fardo pesa e o sentimento aflige.
Revisto minha essência anormal, não
reivindico a vida que ainda pulsa, e não ouço esse eu que clama.
O inverso do verso que um dia
fui...
O amor desconstruiu o que um dia
inventou.
Leandro Tavares – Baerdal
Cálice sem fim