quarta-feira, 26 de março de 2014

A velha morada




A morada é a mesma, mas borraram-se as cores, assim como os sorrisos perdidos que ainda assim o acompanham nos corredores vazios, talvez na finda esperança de um dia encontrá-los, os móveis já opacos há muito tempo escondidos, à triste espera de um lindo lustre que o senhor tempo encarregou-se de perder.
A mão cansada já não levanta, o fardo pesa e o sentimento aflige.
Revisto minha essência anormal, não reivindico a vida que ainda pulsa, e não ouço esse eu que clama.
O inverso do verso que um dia fui...
O amor desconstruiu o que um dia inventou.

Leandro Tavares – Baerdal
Cálice sem fim

Um comentário:

  1. O que existiu fica gravado na memória das paredes caiadas...
    Talvez sobreviva de outra forma, rebrotando na semente do amanhã.
    Escrevo hoje, através dos olhos que viram tanta dor escorrer com as águas de uma enchente repentina por aqui. Abraços desta amiga do sul.

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Gangorra

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