Já passava da meia noite e meia, fazia um imenso calor, levantei com passos de zumbi ouvindo o canto da diáspora, fui à cozinha para saciar uma sede que de ontem me consumia, de repente alguém me chama e assustado vou ao portão de acesso a insanidade terrena, a passos lentos de quem recebe um abraço de despedida desato-me da saída, o frio por completo envolvi-me um arrepio que chega a trincar o dorso, uma folha seca cai aos meus pés e se desintegra, vejo um vulto, invento uma coragem que não tenho vou à esquina e por lá em devaneios uma melodia de outrora ressoa e um perfume bem suave arquejando pela madrugada do meu medo, olhos nos olhos de uma visão escapatória poética e um sorriso descrente que o terço na terça condena, de tão pasmo corro, fecho o portão da insanidade, vou ao meu quarto tranco em cadeados, desligo a luz e o edredom finda o medo.
Uma boa noite chega ao meu encontro.
Aaaaahhhhhhhhhaaaaahhhhhhhhhaaaaahhhhhhhhhaaaaahhhhhhhhh
Baerdal
Cálice sem fim
Lia Araújo Abreu?
ResponderExcluirMaior elogio que eu recebi na vida inteira...
obrigada mil vezes... Caio é meu favorito... pena que tenho que aprender muito pra chegar a pelo menos os escritos dele da juventude...
mas, mesmo assim...obrigada
bjos