quinta-feira, 12 de agosto de 2010

A NUVEM


Havia uma pequena brecha sobre o teu telhado cor de terra molhada, conseguia ver parte do recinto que repousa, as paredes cor-de-rosa do Himalaia davam o tom sereno, vi sobre a cabeceira da cama um lindo aquário com um formoso peixe azul ele dava pulos de alegrias, como se quisesse dar-te carinho, um lindo bonsai dava um ar perene, notei até orvalho em suas pequenas folhas verdes e lindas sementes vermelhas, você mais parecia que estava ouvindo o canto de milhares de uirapurus e observando o bailar das araras azuis do seu estado natal, como fiquei feliz ao ver teu pacato sono por mais uma vez, teus olhos cor de mel ainda que fechados brilhavam, e os teus cabelos parcialmente escondendo teu belo vulto, sorri. De repente, notei que poeiras entravam pela brecha, foi ai que aflito olhei para todos os lados e avistei uma nuvem azul que passava e gentilmente a pedi que cedesse uma estilha sua, para que eu bloqueasse a brecha e assim a poeira não deixasse o ar tão pesado em copioso lar, a nuvem então sorriu pra mim e falou: sou do tamanho do teu sonho, faça o que bem quiser... Com a nuvem azul, envolvi todo o teu quarto e assim você voltou a dormir, mas deixei uma passagem secreta para quando eu quiser voltar.


LEANDRO TAVARES - Baerdal

Cálice sem fim

4 comentários:

  1. Texto repleto de cores, sentimentos e poesia. Transportou-me.

    Adorei, Baerdal.

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  2. Calou um pouco em mim seus poemas,
    To passeando por aqui,
    e tbm vou te seguir.
    ;)

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  3. Olá..
    Fico feliz por você ter gostado do meu cantinho, fique sempre a vontade pra passear quando quiseres.. Tbém irei te seguir :)
    Te Beijo,

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  4. Obrigado Renata, uma descrição de um desejo que não sai do meu peito.
    abraços

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Gangorra

Quando cerraste os dentes da partida, acalmei a dor da carne nua com compressas de icebergs, para tentar abrandar a saudade que achinca...