Eu vi
em um filme um jantar
Tanta gente rindo na mesa de
um bar
Uma bolsa azul com espiral
De uma moça de cinza com uma
fenda frontal
Com bocejos de filmes de horror
Esperando aflita uma carta de
amor.
Adentrando no recinto
Uma brisa de sons
Apagando sem sussurros
Tamanha ilusão.
Do outro lado, com um cachorro ao lado, um
grisalho.
Com cigarro e um amarelo jornal
Em
negrito uma matéria de requintes fatais
E seus olhos encarnados a lembrança do mal
Madame Bovary com algemas
Passa carregando uma mala com ruídos
Tranca as portas, fecha a face e deixa a
chave no chão.
No balcão, borro de café, com
salada e feijão.
Por mais que tudo, não se sabe
nada o gourmet.
E tanta gente sorrindo nos padrões do
porão.
Leandro Tavares - Baerdal
Cálice sem fim
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