terça-feira, 17 de agosto de 2010

Não tão ausente! Sentimento, palavra que não se esquece


Inicia-se o dia!

Antes de abrir os olhos penso em você para criar ânimo, passadas lentas ao caminho do banho, o ânimo a brilho e meio deseja reaparecer, então como se estivesse debaixo de uma queda d’água imagino meu corpo ainda que adormecido despertasse para um novo dia, como de praxe café não existe mais, pois recito uma poesia para alimentar meu dia...

Se à tarde bela fosse

A noite clara

Apenas sorria.

Se ela chegasse

E um beijo doce desse

Tudo acalmaria.

Parto ao recinto dos proletariados sem a armadura colocar, pois até chegar deixo a brisa no rosto tocar para ouvir os acordes do dia e criar distante de ti coragem.

Aos poucos, tudo vai se encaixando novamente, pois sei que isso não passava de meu terno desejo consciente de mais uma vez reencontrar você, os sonhos que até então não pareciam querer materializar-se mudaram de direção de uma forma inesperada, é que de repente uma noticia chega à minha sala, alguém está a sua procura, eu ainda sonolento pergunto: quem? E a moça que a mensagem veio me dá, com um sorriso responde, É ELA, já sentindo sua presença, ainda sim retruco, ela quem? E então é quando ela fala o teu doce nome, ao ouvir novamente o teu nome, o peito acelera como vôos frenéticos de milhares de colibris, os lábios ficam secos como areias do Saara, cor não existe mais, as mãos frias como o gelo da Sibéria, com passos cambaleantes e o tremer contínuo, pego a maçaneta e lentamente abro a porta, não sei o que passava pela minha mente naquele exato momento, quando a vejo não consigo acreditar, meu peito solta fogos que cobriria o réveillon de Copacabana por durante dois anos, houve festa no mundo das fadas...


”entre os sacis e as fadas.

E lá no fundo azul

na noite da floresta.

A lua iluminou

a dança, a roda, a festa.”

Os gnomos deambulam, unicórnios, duendes pareciam amigos de infância houve festa no mundo das fadas, vejo o teu sorrir que nunca se ausentou em mim, o olhar cor de mel que jamais deixaram de brilhar em minha lembrança, os brilhos deles vieram novamente de encontro aos meus, tua voz emanando o som das mais belas canções que juntos um dia ouvimos, o teu feitio brando, serenando meu dia, tuas mechas deixando ainda mais linda tua face.

Mil pensamentos voando a milhares de anos luzes em meu peito ao ponto de aterrissar o teu peito no meu por mais uma vez.

Abracei-te com todo o amor que tenho por ti e senti a mesma saudade, o mesmo carinho, o compasso dos nos peitos no mesmo ritmo, foi o tempo necessário para redescobrir um amor que nunca se ausentou.

Após o abraço, veio o silêncio, o sorriso, e o brilho no olhar era a resposta que eu tanto queria ter...

Depois de mais de meses sem saber noticias suas, passei pela rua chamada saudade, e lá sentada você estava, e te fiz companhia.


LEANDRO TAVARES - Baerdal

Cálice sem fim

Um comentário:

Gangorra

Quando cerraste os dentes da partida, acalmei a dor da carne nua com compressas de icebergs, para tentar abrandar a saudade que achinca...