segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Em bares


Espanto no canto do branco

Aos encantos de prantos me console

Não fosse a hora de tantos

No entanto vou embora

Pois de santo sou manco

Não me confronto com o eu afora

Estou na sala dos desencantos

É verve, ainda aflora

Dou rasteira sem corda pra parar sem hora

Pra errar, me manco sou eixo sem roda

E se uma hora for canto

Me mando, vambora

Ta chegando aurora

Dia de resmungar

Vou chegar sem demora, se manca desengana

No entanto sou branco

E branco no preto

Me espanto, mas distraio com o raio do sábio

É só espanto

Não sou santo

Sou preto no branco.


LEANDRO TAVARES - Baerdal

Cálice sem fim

4 comentários:

  1. "Não me confronto com o eu afora"
    Eu nem me arrisco, preto no branco, sempre sou.
    Beijo!

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  2. E posso saber o motivo de não arriscar? rs

    Um grande abraço de Baerdal

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  3. Espanto, surpresa repentina
    Canto, lugar determinado
    Branco, falta de cor ou todas misturadas
    Encanto, estado de magia
    Tanto, subestima quantidade
    Entanto, passada rasteira na frase
    Santo, humm pureza sem maldade
    Manco, andar em desigualdade
    Desencanto, dor na realidade
    Canto, voz da saudade
    Mando, fuga da interioridade...
    Espanto, encoberto o sentimento em sagrado manto
    É preto no branco...

    Palavras tuas retidas no branco!

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  4. Mariane, Saltitando palavras ao vento em paginas em branco.

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Gangorra

Quando cerraste os dentes da partida, acalmei a dor da carne nua com compressas de icebergs, para tentar abrandar a saudade que achinca...