segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Deixa de silêncio na cidade, em cantos gritem sem nenhum pranto, FELIZ ANIVERSÁRIO


A nova estação, a rosa que nasce em pequeno botão.
É ser verso, é ser rima é canção.
O universo ao seu favor conspira, é dia de flor. A distância que separa minhas mãos das suas não impediria que de uma forma singela te parabenizasse por essa data tão especial.
Que o azul do céu te guie por campos repletos de flores para adornar teu dia.
Seja rima, seja forte.
Tenha versos, melodia que não envelhece.
Um sol com tom maior
Um fervoroso abraço em um dia tão formoso
Peço a Deus que ele sempre esteja ao teu lado.
E que os anjos recitem nesse dia 21 de Setembro de 2010 a mais bela poesia de UM FELIZ ANIVERSÁRIO.




LEANDRO TAVARES - Baerdal

Cálice sem fim

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Um até breve


Dessa vez não serão vinte dias, irei passar uns dois meses distante de tudo, logo agora que as coisas estavam bem encaminhadas e pareciam tomar rumos diferentes, passei uns dias na casa verde além do monte, onde as tardes são calmas e onde contemplo a solidão da rua, limpei todo o futuro jardim onde plantarei brevemente os bougainvilles e as roseiras, o que mais desejo é que a casa verde possa ter todas as cores e assim farei, te entreguei as chaves e desejo que as guarde com todo o carinho que tens e sei que posso confiar, mas tudo na vida tem o seu motivo e espero que esse seja um motivo ímpar, assim como um abraço de uma tarde florida de sonhos, ausentar-me-ei do espaço que faço meu deleito mais uma vez, onde as minhas lágrimas se tornam poesias, onde os meus sonhos materializam-se, onde a saudade é farta...

Bom, preciso tomar coragem para levantar daqui, ir ao supermercado e comprar alguns produtos para a viagem, deixo um imenso abraço para todos que aqui silenciam, vou pegar as malas e espero voltar com a força de sempre e a sensibilidade ao extremo, pois sou vida, amor e desejos, beijo no coração de cada um de vocês e até breve.

Flores no jardim de todos.


LEANDRO TAVARES - Baerdal

Cálice sem fim

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Euágua


Diante da admirável intensidade do saber

as coisas mais simples fogem do peito.

Busco apenas afagos,

Palavras de conforto,

O abraço com carinho.

Diante da plenitude do presente, o amanhã não terá.

Fecho os olhos e vejo o ninho do amor, ao abrir, os pássaros voam.

Perante um bosque,

Deitado de braços estendidos

Observo o céu

Aprecio os pássaros atravessarem a linha do horizonte

O qual desejo cruzar ao lado do amor a sorrir.

Cantos, cantos e sempre canto.

Folhas que caem do céu

Caminho na imensidão do bosque

Piso em pedaços de gravetos, que adormecem o meu passar.

Olho perante o horizonte e vejo a fábula da vida

Tanto rio, que caio nas correntes do inconsciente

Tanto frio que fecho os lábios de tanta dor.


LEANDRO TAVARES - Baerdal

Cálice sem fim

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

AMOR RARO


De braços abertos, corro ao jardim

Onde a flor, as borboletas, os beija-flores

e os girassóis, ornamentam a paisagem.

A leve brisa do campo suspende o amor,

que de tão leve levanta sonhos e alegrias,

e a doce fragrância dos lírios, aliviam

o pousar do nosso amor.

Se todos pudessem sentir o mesmo aroma da flor

o mesmo sabor das macieiras

não se perderia a estação

Portanto, aos olhos em ira

em água lanço a paz, tenho o lago necessário.
De quanto, em quanto tempo nasce o amor?
não sei, apenas sei que de todos

os versos que mais gosto de recitar para você

são as dos meus olhos cheios de alegrias quando te vê.

Não há valor maior no mundo e nem palavras

para descrever tamanho amor.

Esse amor que chega, domina, e é flor.


amor de tardes brandas e noites tão claras,


esse amor que é puro e tão nosso e de tão nosso que chega a ser raro.



LEANDRO TAVARES - Baerdal

Cálice sem fim

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Curso de felicidade


Nunca irei esquecer a ultima vez em que estive com ele, estávamos ouvindo o respingar d’água, virou-se e disse que iria fazer um curso que transformaria sua vida para sempre, deu-me um afetuoso abraço, um beijo no rosto e foi-se embora, no dia seguinte liguei para sua casa, D. Domitila atendeu a chamada com aquela voz suave e educada, perguntei pelo Chris e ela com um sorriso na voz responde: filho ele chegou as Onze da noite com aquele cheiro de cachaça e cigarro, pegou uma mochila colocou alguns trapos que chamava de roupa, pegou o chinelo e o isqueiro que pertencia a seu pai, esqueceu até do desodorante, e disse que iria fazer um curso que mudaria para sempre a sua vida, o abracei e desejei boa sorte, falei pra ele assim que concluir o curso por favor não esqueça de ligar para sua velha mãe que tanto o ama, olhou fixamente para meus olhos e com um sorriso no rosto despediu-se.

Alguns anos se passaram e D. Domitila ainda hoje espera o telefonema...


LEANDRO TAVARES - Baerdal

Cálice sem fim

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

A ferrugem do ultimo inverno


O céu vestido de estrelas e a lua cheia enfeitavam a noite fria, da varanda ouço um “barulho” bem familiar, ergo-me da cadeira de balanço com esforço, as pernas tremulas e os cães todos eufóricos latem de alegria e um balé frenético segue-me até o portão azul, grito com a voz já não tão sisuda para que eles parem de latir, ao abrir o portão azul vejo passar um calhambeque verde anos 70 que me fez ter novamente uma imensa lembrança, a decepção se fez presente, a lágrima surge do rosto já marcado pelo tempo, não era chegada a hora.

Um grito feminino de longe emana em minha direção.

- “vai tomar seu banho, velho tartamela!”

- Parece que não se cansa que diabo vai acabar ficando doido, se é que já não está, acalme esses malditos cachorros.

Cabisbaixo e com um tom melancólico falo o nome de cada um deles, lesse mimi, lorão, Toto, Juninho jhonys play e pluto parem de latir senão todos irão acordar, seguem todos diante da campina elevada a caminho do banho.

Olhei mais uma vez para o portão azul e adentrei no banheiro, caí, e todos os seis ficaram próximo de mim. Caí como quem recebe um não diante do padre, tudo começa a ficar estranho, vejo de longe o portão azul ele já não tinha mais a ferrugem, aquele jardim pequeno do tamanho dos versos de Drummond, ele está verde e florido como de algumas casas da vizinhança, pois consigo leva os sorrisos de sonhos reunidos e de abraços firmes.

Ainda atordoado vejo aquele alpendre, no qual imaginei por muito tempo sentar ao teu lado, vendo todos os nossos netos em tardes de domingos correndo cheios de alegrias, todos os parentes reunidos para passar as férias aquele inverno foi inesquecível, vi os adultos após o jantar mais uma vez diante da fogueira cantando Raul Seixas, as crianças estavam atentas cientes que iriam ouvir o som de nossas histórias inesquecíveis, com gritos chamavam-nos de vooooó, vooooô, com olhares ansiosos pedindo como quem pedem doces por mais um conto e nós dois com os cabelos já marcados pelo tempo, mas sempre de mãos dadas em nossas cadeiras de balanço, contando as fábulas.

Tudo estava exatamente no mesmo lugar que deixei desde a ultima vez em que estive por lá, a campina já não cobria o percurso da casa, os pés de bouganville que plantamos, cada pedra, cada vazo de flor, cada canto escondendo um mistério que só nós dois sabemos desvendá-los, era como se estivesse novamente naqueles domingos com a mesa farta do almoço, O chão batido e a poeira no ar anunciavam a chegada das crianças era o sinal das boas vindas.

O pé de manga rosa ainda vive, o cheiro das flores de sapucaia ainda intensa pelo ar, aquele sapo empalhado, os discos antigos sobre a estante e as fotografias ainda deixam marcas, a bancada da cozinha, onde se colocava o café, os “mela-mela” que você fazia para as crianças após cada tarefa realizada, os bolos, tudo preparado pelas mãos maternas, tudo tão vivo em mim.

Após o tombo levantei, sacudi a cabeça deixei o banheiro como quem deixa o filho no leito, triste e ainda cambaleante fui até o portão azul, infelizmente ele estava com a ferrugem do ultimo inverno, sentei na cadeira de balanço, comecei a balançar e a balançar, a brisa sobre o corpo repousado alivia a agonia, ouço um latido, um vira-lata se esquiva, como quem se esquiva da dor, tudo esta chegando ao fim e que não iria prolongar-se por mais tempo, foi apenas uma queda e mais uma alucinação, a noite estava quieta demais, definitivamente iria se tornar apenas lembranças, hoje já não ouço o som de vozes infantis.

LEANDRO TAVARES - Baerdal

Cálice sem fim

Gangorra

Quando cerraste os dentes da partida, acalmei a dor da carne nua com compressas de icebergs, para tentar abrandar a saudade que achinca...