sábado, 9 de janeiro de 2016

Te desejo vida


Como primeiro post de 2016, irei publicar uma poesia de Flávia Wenceslau.
Não teria como ser diferente, pois é tudo que poderia escrever para um ano que chega.


"Eu te desejo vida, longa vida
Te desejo a sorte de tudo que é bom
De toda alegria, ter a companhia
Colorindo a estrada em seu mais belo tom

Eu te desejo a chuva na varanda
Molhando a roseira pra desabrochar
E dias de sol pra fazer os teus planos
Nas coisas mais simples que se imaginar
E dias de sol pra fazer os teus planos
Nas coisas mais simples que se imaginar

Eu te desejo a paz de uma andorinha
No vôo perfeito contemplando o mar
E que a fé movedora de qualquer montanha
Te renove sempre e te faça sonhar

Mas se vier as horas de melancolia
Que a lua tão meiga venha te afagar
E que a mais doce estrela seja tua guia
Como mãe singela a te orientar

Eu te desejo mais que mil amigos
A poesia que todo poeta esperou
Coração de menino cheio de esperança
Voz de pai amigo e olhar de avô

Eu te desejo muito mais que mil amigos
A poesia que todo poeta esperou
Coração de menino cheio de esperança
Voz de pai amigo e olhar de avô"

vai o link caso alguém queira ouvir essa majestosa canção.

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Envelhecidas amizades


Sinto o fardo de novas amizades
Já não mais gosto das mesas longas
Prefiro as curtas
E amizades envelhecidas
o sorriso de quem distante pulsa
é a inercia em que permaneço
se a dor infelizmente fibra
É a presença do avesso
Dos versos destes que não transcrevo.

Leandro Tavares – Baerdal
Cálice sem fim

sábado, 31 de outubro de 2015

PARTIÇÃO POETICA


Parte de mim
Está em ti
E você em parte, em mim está.
Parte de nós uma ventania sobejou
E o mesmo em parte fincou.
De parte em parte
Uma só ficou,
E a outra o tempo levou.


Leandro Tavares - Baerdal
Cálice sem fim

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

POUTARIA


Há se eu podasse essa moça linda esquecer
Podaria para uma puta não florescer
Estremeci quando soube o que faz
Mas cartola já dizia bem atrás...
“Em pouco tempo não serás mais o que és”
E te digo que nessa roda bamba tu nem sambas.
Já colocastes calos em teus pés.
Tão linda tu és...
Nessas ruas vicinais, esse vício aos poucos te desfaz.
Poutaras teus risos
Poutaras teus mais doces sonhos
Poutaras tua vida
E não abotoes.
Triste ver uma linda rosa murchar
Por miúdos a explorar.

Leandro Tavares – Baerdal

Cálice sem fim

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

É só mais um dia comum


Ei,
Acordei cedo demais.
O que vou fazer essa hora?
não sei
Eu não sei
Vou perambular pela cidade
Pegar o primeiro rotativo
Sem dinheiro, sem cartão
Sem nexo nem razão
Eu sei que não vou me perder
É só mais um dia comum
Onde retirei a preguiçosa imaginação da cama
Ei você que passa por mim
Não fica Parado
Vai cuidar do teu sorriso
Deixa o meu do meu lado
sai do vazio, olha o sereno da rua,
Faz dele um jardim
Eu vou plantar sorrisos e você?
Imagine milhares em teu varal?
Imagina um imenso espelho no teu quarto?
Vou correr com guarda chuvas até a esquina
Esse sorriso que deu agora é pra mim?
Ei, ei...
De repente tu que me olha estranho
Faz o mesmo
Nada melhor que despertar
nadar o silencio dos olhares
Acorde cedo também, levante a mente
Sem planos, sem nada pra fazer
Deixa a chuva, a neblina te guiar
Não tome remédios controlados
Alucinógenos, não, não, não...
Voe, voe, voe, sem aterrissar...
Ei, ei...
Cheguei tarde demais...
Eu não sei se amanha vou acordar bem.


11/07/2013
Leandro Tavares – Baerdal

Cálice sem fim

quarta-feira, 22 de julho de 2015

EVASÕES EM GAVETAS


Já caminha a música sobre as letras de uma torta caneta
esquecido debaixo da poeira, nos papéis da gaveta...
saltitam sobre os peões, Josés e Marietas
envolvem ladrões perdidos em fendas
E barbilhões a observar
uma velha máquina de datilografar...
escritas deste pobre poeta, de imaginar sentimentos muito além das letras
a beira de tantos becos e outros erros
Ecos de um sonhado poeta.
De tardes montanhosas
De sóis de um só riso
Esquecidos nos barros dos pés.
A limpar com papeis de todos o Josés
De todas Marietas...
Longas noites de infinitas gavetas.


Leandro Tavares - Baerdal
Cálice sem fim

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Circulo vicioso


Torna-se um vicio
Recinto do circulo
A geometria esporádica do sofrer
As fugas que foram mandíbulas do meu sofrimento
Paz que sonhei que viria encontrar
O afeto de uma junção secundária
O pensamento inconsequente
O tempo maior tormento e ensinamento
Palavras execráveis de um voraz arrependimento
Tranca-me em pontos ridículos
A linha incerta de uma figura insana
Uma diagonal impura de uma sabatina
Se for capaz, faça-me em pontos seguros
A longitude da tua agonia
Pensamento maduro a latitude da minha loucura
E o meu vicio um feliz e triste delírio
Aquele telefonema

A parte da minha maior loucura.

Leandro Tavares - Baerdal
Cálice sem fim

sábado, 30 de maio de 2015

Entre cabos


Ao norte de onde sente jamais ausente
Nordeste do que se a tenta presente
Eu que nunca mais tinha visto teus toques pelos meus ares
De confessar que teus beijos, teus desejos percorrem em pares.
Ao lembrar que tais palavras te excitam
As tuas em mim, o meu peito palpita
Ao norte se tivesse como
Entre laços e lençóis
Com teus risos e os traços perdidos entre nós.
Esqueça a sutileza, insufle sobre tua pele o vermelho.
Sussurra suave sobre a pele crua
Beije minha boca
Solte teus cabelos
Jogue dentro teus desejos
Desvendemos os segredos
Esquecendo tantos medos
Dessa arte em veneno

Entre cabos digitais.

Leandro Tavares – Baerdal
Cálice sem fim

sábado, 25 de abril de 2015

Um canto livre


Você foi incapaz de enxergar minha dor
Pintada na parede do quarto
Com um balde de tinta incolor
Em um canto cheio de cinzas

Prometo não esculpir
Aqueles teus sorrisos amarelos
Dispersos sobre a sala
Esse castelo de areia.

Vou silenciar com aquela música
Ela sim me fazia feliz
Sorria lágrimas...
de sonhos e amores

Vou caminhar até a aveludada varanda
Lá estará minha cadeira de balanços
E meu isqueiro branco
Onde jogo todas as cinzas e sou livre.

Leandro Tavares – Baerdal

Cálice sem fim

terça-feira, 31 de março de 2015

A praia


Ainda caminho
Com passos lentos
Por aquela praia que cavalgamos nos cavalos marinhos
Mas depois de ti, vazia ficou.
Sozinho...
Com a alma banhada do ultimo mergulho que fizemos
Rompendo o silencio
Ao barulho do mar
Sentindo imenso frio sem teu olhar
Uma gota de tua saliva bastava - me
Que fosse a última da última gota dos teus dias...
Já aprendi a contar os grãos de areias
Enumerei todas as estrelas
Tudo isso foi à força ínfima que me restou...
Mas a noite
Exclusivamente nessa
Procuro uma coberta
Que seja a mais leve
Para que o som dos cantos atravesse
O canto que fantasiemos.
Amanheceu
Petrifiquei os nossos rastros
para que as ondas não apagassem.
Enrijeci o peito
Congelei as lágrimas
Fechei os olhos
A espera do ultimo cavalo marinho.

Leandro Tavares - Baerdal
Cálice sem fim

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Você da Rússia


Ei você que esta na Rússia

Veem, me puxa.

Tira-me do desassossego

Insufle um beijo com lampejos

Leva pra Moscou

E oferece uma vodka bem forte

Solta teu riso vermelho

E destoa-me em plena plyaska

Investe,

Chama sem rodeios...

Ensina-me essa dança

E prometo que te sigo sem dramas.


Leandro Tavares - Baerdal
Cálice sem fim

Gangorra

Quando cerraste os dentes da partida, acalmei a dor da carne nua com compressas de icebergs, para tentar abrandar a saudade que achinca...